É a segunda vez que
guarapuavanas de diversas entidades da cidade unem-se em torno da Campanha
"16 dias de ativismo pelo fim da violência de gênero" que acontece
entre os dias 20 de novembro e 05 de dezembro. Este ano a campanha surge com
uma nova proposta: envolver homens e mulheres pelo fim da violência de gênero.
Não basta apenas a mulher dar um basta na história de opressão, é preciso que
os homens também seja incluídos nesse processo para perceber que o machismo
também é uma construção histórica que pode ser reconstruída de forma diferente.
"A construção de
uma masculinidade pautada pela violência afeta tanto as mulheres quanto os
homens. É exemplo disso o número elevadíssimo dos homicídios por motivos fúteis
no país. Esses homicídios acontecem em situações que os homens reagem com
extrema violência para provar que são homens perante os outros. É uma violência
exercida para recuperar a masculinidade desafiada. Os ditos motivos fúteis chegam
a 83% dos homicídios acontecidos no Estado de São Paulo: “mexeu com a minha mulher”; uma fechada no transito;
conflitos desse tipo...” afirma a professora Rosemeri Moreira que está
iniciando uma pesquisa sobre a construção das masculinidades na região de
Guarapuava, a partir dos dados policiais sobre homicídios, lesões corporais e
ameaças entre homens.
Além disso, a
Campanha deste ano vem mais forte, pois pela primeira vez, existem mecanismos
de políticas públicas de combate à violência contra a mulher no município com a
criação da Secretaria da Mulher. “É uma conquista para todos nós, pois a
criação da secretaria era uma revindicação das entidades que participam da
Campanha, agora as guarapuavanas tem assistência psicológica, social e jurídica
para vencer a violência. Elas tem com quem contar", comenta a
vice-prefeita e Secretária da mulher, Eva Schran. (continua)