sexta-feira, 29 de junho de 2012

MARCHA DAS VADIAS EM GUARAPUAVA

A ousadia e a coragem em dizer NÃO ao machismo e NÃO  à violência contra mulheres e homossexuais foram manifestadas nos corpos, nos batuques, nas performances, nas músicas, nos gritos, nas falas, na caminhada....
A Marcha das Vadias, realizada dia 23 de junho, deu os primeiros passos na Praça Cleve e ao chegar em frente ao Colégio Visconde de Guarapuava foi realizada uma manifestação pela educação não machista e pela inclusão da história da lutas das mulheres nos planos de estudos municipais . (continua)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A violência do machismo, as estatísticas e a “marcha das vadias”

Com pesar, há duas semanas atrás, constatei a estarrecedora estatística sobre o Feminicídio no município de Guarapuava e no Estado do Paraná. Não que aqueles/as que tratam todos os dias com essa questão ficassem surpreendido/as, mas quando vemos que as publicações oficiais ratificam o que já é sabido pelos movimentos sociais, precisamos respirar fundo para seguir adiante.
O mapa publicado sobre os padrões da violência no Brasil é um estudo que analisa os últimos 30 anos de violência homicida no país (http://www.mapadaviolencia.org.br/). Este mapa aponta as principais características dos homicídios em todo o país: nas 27 Unidades Federadas, 27 Capitais, 33 Regiões Metropolitanas e nos 200 municípios com elevados níveis de violência. Infelizmente, Guarapuava faz parte deste estudo.
O Mapa da Violência 2012 tem um caderno complementar centrado na problemática da vitimização de mulheres por homicídios no país, e devido à relevância da questão está sendo divulgado em separado. Primeiro é preciso enfatizar que o Feminicídio se refere ao assassinato de mulheres em meio a formas de dominação, exercício de poder e controle sobre as mesmas. Nos meios acadêmicos é denominado de assassinato baseado no “gênero”: o Feminicídio é um crime que tem por base a crença na superioridade masculina e na propriedade que os homens tem (ou deveriam ter) sobre o corpo das mulheres. Por isso o Feminicídio é o assassinato de mulheres cometidos por companheiros, ex-companheiros, namorados, ex-namorados, pais, irmãos, etc., ou ainda aqueles que foram recusados em termos afetivos e sexuais. Todos esses homens sentiram-se feridos, aviltados, machucados por terem seu pretenso “direito” de proprietário contestado.
Em termos de direitos constitucionais as mulheres conquistaram avanços consideráveis ao longo de todo o século XX. A presença das mulheres em todos os espaços sociais é uma das principais características do século que recém se findou. Entretanto, as mudanças culturais ainda urgem por acontecer e a mentalidade machista ainda é uma constante em nossa sociedade.
As estatísticas do Feminicídio confirmam a permanência da visão machista do mundo social. Na América Latina e no Caribe, os assassinatos de mulheres e meninas têm se intensificado ao longo dos últimos anos. Um dos principais motivos para o aumento desses índices é a não aceitação por parte de homens da autonomia e da liberdade das mulheres.
Nos últimos 30 anos (1980-2010) foram assassinadas no Brasil perto de 91 mil mulheres, sendo que 43,5 mil só na última década. O número de mortes nesse período passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de 217,6% de mulheres vítimas de assassinato. Em escala nacional o Estado do Paraná – localizado no sul “maravilha” - é o terceiro do ranking do Feminicídio com a taxa de 6,3 assassinatos para cada 100 mil mulheres. Número que se iguala a média nacional da Colômbia.
Dentre os 578 municípios que contavam no Censo de 2010 com mais de 26.000 mulheres, Guarapuava apresenta praticamente o dobro da média nacional com o índice de 8,2 é o 91º município mais violento para as mulheres. Para dar visibilidade a esses dados, no dia 23 de junho, mulheres e homens irão marchar em Guarapuava contra o Feminicídio, a Violência Sexual, o Racismo e a Homofobia. A ironia e o escarnánio contido no nome da marcha “das vadias”, de difícil compreensão e aceitação em terras guarapuavanas, infelizmente assustam mais as pessoas do que os escabrosos dados aqui apresentados. A população é conivente quando culpa a vítima e “esquece” do criminoso. A zombaria das “vadias” vem romper com esse ciclo de culpabilização que contribui para o descaso dos agentes do poder público com essa alarmante realidade. 

TEXTO:  Profª Drª Rosemeri Moreira
  

terça-feira, 19 de junho de 2012

Marcha das Vadias é tema de discussão na Câmara Municipal

 Hoje, 19, as organizadoras do Movimento Marcha das Vadias estarão presentes na sessão da Câmara Municipal de Vereadores com início a partir das 17h. Segundo uma das organizadoras, Priscila Schran Lima, o objetivo é explicar para a sociedade a importância da marcha. Vamos esclarecer o nome ‘vadias’ para a sociedade, e mostrar também os dados do feminicídio no Paraná e em Guarapuava, reclamar pela falta de atendimento de qualidade às vítimas de violência e sensibilizar poder público e sociedade”, afirma.
A marcha tem a intenção de chamar a atenção da sociedade para o machismo, mostrar que os casos de violência física/sexual contra as mulheres são reflexo do sistema patriarcal que coloca as mulheres como posse de alguém. “Não é sobre sexo, é sobre violência – o termo ‘vadia’ é para ironizar, chamar a atenção, incomodar mesmo, aí vem a pergunta, como esse nome assusta tanto, mas a violência contra a mulher não assusta?”, ressalta Priscila.
Os estudos sociológicos sobre a questão apontam que a maior parte dos crimes sexuais contra mulheres e crianças são praticados por conhecidos, companheiros, ex-companheiros, tios, irmãos, primos, tios e até pais. Mas, os estupros praticados por desconhecidos costumam acontecer pela manhã e no anoitecer. “Eles acontecem no momento em que milhões de mulheres trabalhadoras estão indo e vindo de seus empregos, indo e vindo das escolas e universidades. Ou seja, não são mulheres sensuais e glamorizadas e que ousam com suas roupas provocar o desejo irracional do criminoso”, explica uma das organizadoras do movimento na cidade, Rosemeri Moreira.

 O que é a Marcha das Vadias
A Marcha surgiu no Canadá, em 2011, e está em sua segunda edição. Após uma série de estupros ocorridos na Universidade de Toronto, um policial, convidado para orientar sobre segurança, disse que as mulheres poderiam evitar o estupro se “não se vestissem como vadias”. Essa fala gerou indignação e diversos protestos, que acabaram culminando na primeira Marcha das Vadias. A Marcha das Vadias começou protestando contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro pediram isso devido à roupa que usam; e hoje aborda muitos outros temas como a descriminalização do aborto, feminicídio, padrões estéticos, entre outras violências.
Para a Rosemeri, o movimento é de fundamental importância. “Ele coloca o dedo na ferida de questões culturais que estão ainda em aberto na nossa sociedade, ele enfoca principalmente as leituras machistas que as diversas sociedades sobre a violência contra as mulheres, tanto o feminicídio quando a violência sexual”, afirma.

Marcha em Guarapuava
Dia: 23/06
Concentração: em frente à praça Cleve, às 9h
Saída: 10h

FONTE: http://sites.unicentro.br/jornalagora/regiao/marcha-das-vadias-e-tema-de-discussao-na-camara-municipal

quarta-feira, 13 de junho de 2012

NÓS VAMOS PARTICIPAR! VENHA VOCÊ TAMBÉM!!!

O QUE É A MARCHA DAS VADIAS?

A manifestação é inspirada no movimento mundial intitulado "Slut Walk", criado em 3 de abril de 2011, após um oficial da polícia de Toronto, no Canadá, dizer que, para evitar estupros, as mulheres deveriam deixar de se "vestir como vadias". O primeiro protesto levou 3000 pessoas às ruas de Toronto.
A declaração gerou protestos em países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França, Holanda, Portugal, Israel, Índia, Argentina, México, Nicarágua e Colômbia.
A Marcha das Vadias protesta contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro pediram isso devido as suas vestimentas.
Além de chamar a atenção aos diversos tipos de violência sofrida pelas mulheres --verbal, física ou sexual--, a mobilização pretende combater a responsabilização das vítimas pela violência sofrida e ressaltar os direitos do sexo feminino. De acordo com a antropóloga Julia Zamboni, o movimento é feito por feministas que buscam a igualdade de gênero. “Ser chamada de vadia é uma condição machista. Os homens dizem que a gente é vadia quando dizemos 'sim' para eles e também quando dizemos 'não'”, afirmou. “A gente é vadia porque a gente é livre”, destacou. No Brasil, a marcha também chama atenção para o número de estupros ocorridos no país. Por ano, cerca de 15 mil mulheres são estupradas.
A Marcha ja ocorreu em Toronto, Los Angeles, Chicago, Buenos Aires, Amsterdã, dentre outros lugares. A primeira Marcha das Vadias no Brasil ocorreu em São Paulo em 4 de junho de 2011, organizada pela publicitária curitibana Madô Lopez. Após o anúncio do evento com a criação de uma página no Facebook, mais de 6000 pessoas confirmaram presença no evento. No entanto, diferentemente das versões em outros países, somente cerca de 300 pessoas compareceram, de acordo com a contagem da Polícia Militar. Neste mesmo ano iniciou-se a manifestação no Recife, Belo Horizonte e Brasília. Neste ano serão realizadas ao menos 22 manifestações pelo país, 10 a mais que no ano passado.

“O feminismo nunca matou ninguem, o machismo mata todos os dias!!”
“Não ensine sua filha a se vestir, ensine seu filho a respeitar.”

Texto enviado pela companheira Melissa Silva