A marcha tem a intenção de chamar a atenção da sociedade para o machismo, mostrar que os casos de violência física/sexual contra as mulheres são reflexo do sistema patriarcal que coloca as mulheres como posse de alguém. “Não é sobre sexo, é sobre violência – o termo ‘vadia’ é para ironizar, chamar a atenção, incomodar mesmo, aí vem a pergunta, como esse nome assusta tanto, mas a violência contra a mulher não assusta?”, ressalta Priscila.
Os estudos sociológicos sobre a questão apontam que a maior parte dos crimes sexuais contra mulheres e crianças são praticados por conhecidos, companheiros, ex-companheiros, tios, irmãos, primos, tios e até pais. Mas, os estupros praticados por desconhecidos costumam acontecer pela manhã e no anoitecer. “Eles acontecem no momento em que milhões de mulheres trabalhadoras estão indo e vindo de seus empregos, indo e vindo das escolas e universidades. Ou seja, não são mulheres sensuais e glamorizadas e que ousam com suas roupas provocar o desejo irracional do criminoso”, explica uma das organizadoras do movimento na cidade, Rosemeri Moreira.
O que é a Marcha das Vadias
A Marcha surgiu no Canadá, em 2011, e está em sua segunda edição. Após uma série de estupros ocorridos na Universidade de Toronto, um policial, convidado para orientar sobre segurança, disse que as mulheres poderiam evitar o estupro se “não se vestissem como vadias”. Essa fala gerou indignação e diversos protestos, que acabaram culminando na primeira Marcha das Vadias. A Marcha das Vadias começou protestando contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro pediram isso devido à roupa que usam; e hoje aborda muitos outros temas como a descriminalização do aborto, feminicídio, padrões estéticos, entre outras violências.
Para a Rosemeri, o movimento é de fundamental importância. “Ele coloca o dedo na ferida de questões culturais que estão ainda em aberto na nossa sociedade, ele enfoca principalmente as leituras machistas que as diversas sociedades sobre a violência contra as mulheres, tanto o feminicídio quando a violência sexual”, afirma.Marcha em Guarapuava
Dia: 23/06
Concentração: em frente à praça Cleve, às 9h
Saída: 10h
FONTE: http://sites.unicentro.br/jornalagora/regiao/marcha-das-vadias-e-tema-de-discussao-na-camara-municipal
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