sexta-feira, 21 de novembro de 2014

VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO AMBIENTE DOMÉSTICO

Kety C. De March

Ter um companheiro para a vida tornou-se uma obrigatoriedade social para a felicidade feminina. A plena realização de muitas mulheres foi construída em torno da capacidade das mesmas de adquirirem um marido. O medo era serem conhecidas pelo estigma de solteironas. Desde crianças essas mulheres foram educadas a serem boas esposas e melhores mães, a cuidarem com afinco dos afazeres domésticos e da alimentação familiar. Modelos de comportamento lhes foram ensinados também em relação ao espaço público, ao tipo de conversa que poderia ser empreendida e com quem poderiam conversar e, assim, eram escolhidas para elas também as companhias consideradas adequadas.  Ao corpo feminino foram impostas proibições: ele não poderia ser mostrado e deveria ser sempre atraente apenas ao marido. Essa atração era garantida a partir de padrões de beleza impostos pela mídia e pela sociedade de consumo.
Após o casamento, união estável, ou mesmo antes disso, nas relações amorosas construídas com homens em quem acreditavam poder confiar, muitas dessas mulheres passam a vivenciar experiências que em nada lhes lembram os contos de fadas que ouviam na infância em que príncipes as tomavam em seus braços e viviam felizes para sempre. O ambiente doméstico, pela privacidade que permite, muitas vezes se torna o espaço do pesadelo. Ali mulheres são submetidas às mais variadas formas de violência por parte de quem deveria ser seu companheiro. Muitas delas sofrem violência física, mas, por desconhecimento da lei, por medo de retaliações ou por considerar que não haja uma forma de proteção segura, permanecem no convívio com o agressor. Algumas delas não resistem às agressões sendo mortas pelo companheiro. Outras nem mesmo conseguem identificar que são vítimas de alguma forma de violência. São mulheres que cotidianamente são humilhadas pelos companheiros, obrigadas a manter relações sexuais e desprovidas de direitos sobre os bens do casal. Sofrem, portanto, violência psicológica, sexual e financeira.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência de gênero inicia nesta quinta-feira

Guarapuava figura entre as cem cidades com maior índice de homicídios de mulheres do Brasil, ocupando a 96ª posição. Em 2014 a Política Militar registrou mais de 400 flagrantes de violência contra a mulher e nos dois últimos anos 10 mulheres foram assassinadas na cidade. Por isso, diversas entidades organizam a Campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência de gênero que acontece entre os dias 20 de novembro e 5 de dezembro. O objetivo é sensibilizar a população e promover um diálogo entre poder público, imprensa e sociedade acerca da problemática da violência impulsionada por diferenças de gênero.

O primeiro dia da Campanha (20) é voltado à consciência negra e conta com uma mobilização na Praça 9 de dezembro às 17h. Em Guarapuava, segundo a Secretaria de Políticas para as Mulheres de Guarapuava, cerca de 40 % dos atendimentos realizados na secretaria foram de mulheres que se auto declaram negras.

“O movimento dos 16 dias de ativismo  mobiliza vários seguimentos da sociedade e inicia pela pautas das mulheres negras tendo em vista temos uma dívida histórica com a população negra. Por isso é o momento de debate, manifestações e afirmação de políticas públicas”, destaca a vice-prefeita e Secretária de Políticas para as Mulheres Eva Schran.

A Campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência de gênero conta com a parceria de 20 entidades: as secretarias municipais de Políticas para as Mulheres, de Saúde, de Educação e Cultura e de Assistência Social; Movimento de Mulheres da Primavera; Movimento de Mulheres Alto da XV; Movimento de Mulheres em Luta; Sisppmug, APP-Sindicato; Conselho da Mulher Executiva – Acig; Comissão da Mulher Advogada – OAB; Rede de atenção à mulher vítima de violência; Clube Soroptimista; Comissão da Mulher Contabilista; Pastoral Afro; Centro de Nutrição Renascer; Conselho Municipal da Mulher; Grupo Semear (Igreja Presbiteriana); LHAG (Laboratório e História Ambiental e Gênero – Unicentro); Faculdade Guairacá; e Rede Sul de Notícias.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Organizações guarapuavanas unem-se pelo fim da violência de gênero na cidade

Todos os anos em Guarapuava, diversas entidades organizam a Campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência de gênero que acontece entre os dias 20 de novembro e 5 de dezembro. O objetivo é sensibilizar a população e promover um diálogo entre poder público, imprensa e sociedade acerca da problemática da violência impulsionada por diferenças de gênero.

São 16 dias de atividades distribuídas em toda cidade buscando envolver o maior número de pessoas. A edição de 2014 traz ações inéditas em Guarapuava como um bate-papo com a imprensa guarapuavana sobre violência de gênero, uma mesa redonda sobre violência obstétrica no parto, o lançamento de um gibi para as crianças das escolas municipais sobre igualdade de gênero, uma conversa com mulheres que quebram paradigmas em suas profissões, além de exposição, sessão de cinema, dia da beleza, panfletagem e outras atividades.

A Campanha é uma atividade que acontece concomitantemente em cerca de 140 países há mais de 18 anos e teve início na República Dominicana. Em Guarapuava o evento é realizado há três anos e desde a primeira edição, as políticas públicas pelo fim da violência contra as mulheres da cidade têm avançado. “Em 2012, na primeira edição da campanha não tínhamos Secretaria de Políticas para as Mulheres nem delegada na Delegacia da Mulher. Hoje estamos iniciando a terceira edição e já contamos com uma secretaria especial para as mulheres e um delegado titular na delegacia. Ainda temos muito que avançar e para isso nossa cidade conta com muitas mulheres organizadas que movimentam a cidade em prol da vida de outras mulheres”, comenta a integrante do Movimento de Mulheres da Primavera e uma das organizadoras da campanha, Priscila Schran de Lima.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

6º Encontro das Mulheres que lutam e sonham vai abordar sobre a aposentadoria das donas de casa

Além de incentivar a autonomia econômica é preciso garantir o direito de  aposentadoria para as mulheres para que elas tenham um futuro tranquilo e seguro, por isso o Movimento de Mulheres da Primavera promove o 6º Encontro das Mulheres que lutam e sonham no dia 22 de novembro, a partir das 14h na Chácara São Carlos, Bairro Primavera.

O encontro vai contar com a presença das servidoras da Previdência Social de Guarapuava que vão orientar as mulheres quanto a aposentadoria das donas de casa, das mulheres autônomas, tempo de contribuição, benefícios de ser contribuinte do INSS e outros assuntos.

Este é o sexto ano que o Movimento de Mulheres da Primavera promove o encontro, que conta com apresentação cultural, músicas, palestra e sorteio de brindes. “Vale  muito a pena as mulheres participarem porque é um assunto importante de valorização do trabalho das mulheres, além de ser um  tarde bastante dinâmica, animada e produtiva”, convida a coordenadora do movimento, Rosiane Silva.
(continua)